Finis Patriae

Caixa de texto: Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonha, feixes de miséria, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia de um coice, pois que já nem com as orelhas é capaz de sacudir as moscas. [...]"        "Guerra Junqueiro"

quinta-feira, setembro 29, 2005

Afinal, somos ricos!

Segundo o WEF - World Economic Forum, há duas coisas que nós não sabíamos e hoje passamos a saber: a primeira é que afinal somos ricos e a segunda é que, a julgar pela classificação obtida, também deve haver Olegários Benquerenças na Economia.

quarta-feira, setembro 28, 2005

O Peseiro Holandês

Mesmo entre aqueles que sabem que nenhuma equipa portuguesa jamais ganhou em Old Traford, mesmo entre aqueles que sabem que um Manchester desfalcado mas com Ronaldo, Gigs, Nistelrooy, Alan Smith, Ferdinand, Scholes continua a ser melhor que qualquer equipa portuguesa fica o amargo sabor e a triste sensação de que o Benfica podia ter feito muito mais e muito melhor.
A alma do Benfica não está no estádio, nos dirigentes, nos jogadores ou nos treinadores está nos benfiquistas; e esses não criticam o resultado nem a exibição de ontem, criticam a falta de ambição do Sr. Koeman. E para essa falta de ambição não há lugar na grandeza do Benfica.

terça-feira, setembro 27, 2005

Doutores, alguns muito pouco!

A Ordem dos Médicos quer alterações nas consultas do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Em concreto, os médicos querem um assistente durante algumas consultas. Tudo para evitar alegados casos de assédio sexual. A presença do assistente facilitaria também, defendem ainda os médicos, o próprio acto clínico.

Pertinente será a questão da avaliação da adequação do perfil profissional e pessoal dessa terceira pessoa á participação no acto médico; sabemos que médico não poderá ser, uma vez que se correrá o risco de ser tão tarado e perverso quanto o primeiro.
Num país onde se discute o excesso de funcionários públicos e se fecham escolas por falta de auxiliares, só me apetece dizer a estes senhores doutores, que desde há muito, vivem noutro país, que não Portugal, TENHAM JUIZO!

Portugal, SA

Bruxelas não valida contas até Portugal esclarecer dados
Alguns governantes ficarão na história como os homens que educaram financeiramente as massas, puseram o país a girar em torno do défice, criaram a triste realidade de para tudo o que os governos anunciam, logo se dar o primado do comentário a quem saiba fazer muitas contas de multiplicar e poucas de dividir para avaliar da viabilidade das medidas. Que tudo tenha de ser avaliado e estudado, todos concordam; o que alguns discordam é da grelha e dos parâmetros de avaliação; Um Estado gerido pelo objectivo do lucro será um Estado que não educa, não forma, não redistribui riqueza, não trata na doença nem auxilia na reforma. Tirem daqui os 10 milhões, fechem as escolas, os hospitais e os tribunais e não haverá despesa alguma; como também não haverá receita, as partes equivaler-se-ão; teremos então um défice zero, umas contas equilibradas e onde quer que estejamos, poderemos dizer, orgulhosos e portugueses, que cumprimos a nossa parte.
Caminhamos doentiamente para um país governado por contabilistas; e, pelas noticias publicadas, muito maus contabilistas.

segunda-feira, setembro 26, 2005

A tarde de um reformado

-Olha lá, já vais jogar á bisca outra vez??
-Não querida, eu vou ali á farmácia aviar a receita que o médico te passou e depois vou só a São Bento ver que manifestações há hoje...não demoro nada.

Competitividade

-Ó Silva chegue aqui num instante…
-Diga lá chefe…
-Ó Silva, você ouviu ontem o ministro a falar na televisão?
-Ouvir, ouvir, não ouvi chefe, mas vou ver se ainda arranjo a cassete...
-Pois é Silva, eu também estou muito preocupado com aquilo da competitividade, sabe...
-Pois é chefe, isso é um grande problema, não se fala noutra coisa
-Nós aqui na empresa, também temos de tomar medidas. O que lhe parece isto Silva?
-Ó chefe, a mim parece-me bem!
-Então, Silva, telefone lá para casa e diga à minha mulher que telefone à irmã, ao cunhado e aos sobrinhos e que venham todos aqui, temos de fazer uma reunião do Conselho de Administração!

sábado, setembro 24, 2005

Chapéus há muitos e chouriços também!

Aparentemente, João Seco de Magalhães, candidato à Junta de Freguesia de Maximinos, na cidade de Braga, anda a distribuir chouriços com, alegadamente, a sua própria fotografia e o seu slogan na embalagem.

Candidato espancado

Caminha: candidato do PSD violentamente espancado

A terceira guerra mundial não sabemos muito bem com que armas vai ser travada, mas a quarta, vai ser, de certeza, com paus e pedras, e diga-se, desde já, que a maioria dos politicos portugueses está preparada.

sexta-feira, setembro 23, 2005

Alma cinzenta

Num outro tempo, não muito distante, partia-se para além das fronteiras e das línguas à procura de uma quantidade de trabalho que possibilitasse uma vida mais digna e um certo conforto no regresso. Poucos partiram pela repressão ou pela política, poucos partiram em busca de qualidade e poucos partiram a saber o que os esperava.
Nesses homens e nessas mulheres havia coragem; física, porque decidiram ir, e foram, e coragem de alma porque decidiram ir em busca de décadas de suor e saudade para construir pouco mais que um regresso. E era uma luta que se sabia longa, de vinte, trinta ou quarenta anos e alguns, partidos nesse tempo, ainda hoje lutam.
Eram homens de armas a quem não lhes era dada qualquer batalha e eram homens de caravelas sem mar pela frente; fizeram as suas batalhas e inventaram o seu próprio mar.
Dos que ficaram, reza a história que também muito conquistaram com os seus cravos na lapela.

Hoje, os que regressam, os que ainda hão-de regressar e os que ficaram ainda vivem desse passado, porque os seus filhos e os filhos dos filhos não têm a alma dos pais e dos pais dos seus pais. Não são homens de caravelas e nunca sentiram a falta de mar pela frente, não são homens de armas e não querem batalha alguma, e vivem, tristemente, da memória do que outros fizeram.
Ouviram falar de saudade, mas nunca a sentiram, ouviram falar de lutas de muitos anos, mas não querem saber de sacrifícios, ouviram falar de fome mas nunca a tiveram, ouviram falar de batalhas, mas nunca as travaram.
Estes homens, filhos e filhos dos filhos dos que partiram e dos que ficaram, vivem hoje, governados por iguais, perguntando os primeiros para onde os levam e os segundos para onde querem ser levados, sem ideias, sem projectos, lamuriando-se, conformando-se, chorando baixinho e murmurando uns aos outros a vida medíocre que levam.
Estes homens não têm coragem para partir nem coragem para ficar.
São apenas filhos e filhos dos filhos dos outros, são homens de alma cinzenta.

APARENTE? ALEGADAMENTE?

quinta-feira, setembro 22, 2005

Um pastor também se engana

Este pastor, ao que se sabe, participou o seu achado às autoridades, homem de origem humilde, desconhece os rituais académicos e não estará nada familiarizado com as lides e as festas dos universitários. Convém aqui esclarecer os homens do pastoreio que venham a encontrar despojos, deste género, o seguinte; tudo aquilo não passou de uma enorme festa de estudantes e os objectos encontrados, isso mesmo o dizem, assim: As rosas vermelhas revelam o carácter moderno e sedutor nos nossos futuros doutores, que antes se limitavam ao “vou-te praxar” e depois “vou-te pranchar”, os lenços apenas revelam que as meninas, provavelmente com o adiantado da hora a que terá terminado a festa, e com a pressa de se fazerem apresentar às aulas práticas que teriam na mannhã seguinte, simplesmente se esqueceram deles, as luvas, o saco e a mandioca confirmam mais uma vez o facto de terem sido estudantes; gente de pouco dinheiro, tiveram, eles próprios, que cortar as flores que tencionavam oferecer às escolhidas donzelas e nada mais luxuoso lhes puderam proporcionar que uma simples refeição de mandioca. Aqui podíamos criticar o valor irrisório das bolsas de estudo dos estudantes portugueses, mas vamos deixar isso para outro post. Ao que se sabe pela notícia, jantaram à luza das velas e levaram mesmo “a carta a Garcia” a julgar pelo sangue encontrado nos pratos. Os copos, as garrafas e as beatas encontradas, falam por si e chegam mesmo a colocar qualquer leitor em tal tertúlia, onde se dançou, fumou, conversou e bebeu até ao raiar do dia.
Estranho, estranho, para mim é o facto de haver uma universidade em Alijó.

Ainda sobre os militares

Por que razão terão escolhido eles, para ser entrevistado para o Telejornal da RTP1 em 21-09-2005, um individuo, que além de falar em "capitões" e "capitãos" também não conseguia dizer a palavra DEMAGOGIA?

Uma falta de solidariedade inacreditável

Há mesma hora em que uma data de donas de casa se manifestavam em defesa dos militares, no ginásio onde eu ando, havia uma data de gente simplesmente a fazer step e cardio-fitness!!!

quarta-feira, setembro 21, 2005

O que uns disseram e outros podiam ter dito!

"O meu pai é o Pinto da Costa e a minha mãe é o Vitor Baia"
Emplastro

"O meu pai é o Mário Soares e a minha mãe é o António Guterres"
Tino de Rãs

Portela.... 7.30 da manhã

Hoje de madrugada, uma mulher chegou num avião ao aeroporto da portela, esperou pelas malas (como qualquer um), saiu da zona de desembarque, olhou á volta não viu policias no aeroporto aquela hora, foi tomar a bica, acendeu um cigarro, deu uma vista de olhos nos jornais de ontem, acendeu outro cigarro, assistiu à abertura de uma loja de perfumes, foi carregar o telemóvel ao Multibanco, acendeu outro cigarro, pediu uma agua com gás, pagou a despesa à pressa porque vira um tipo de azul que afinal era da limpeza das casas de banhos, voltou para trás e acordou um advogado qualquer com o saldo que entretanto chegara ao telemóvel.
Ao fim de duas horas quando avistou um policia dirigiu-se ao homem e disse:
-Sou a Dra Fátima Felgueiras e estou aqui para que me prendam!
-Desculpe, minha senhora, mas eu não sei do que está a falar e já devia saber que não pode deixar as malas para trás. Aquelas duas sacas, ali no bar são da senhora?
-Eu vim do Brasil para ser presa, meu anormal!
-Minha senhora, não pode falar assim com a autoridade!
-Olhe lá ó monte de esterco, onde é que anda o seu chefe?
-MINHA SENHORA, VOU TER DE A DETER!

Estou ansioso pelos telejornais, onde os pivots lerão sem se rir a frase:”Uma detenção que resulta de um esforço conjunto de magistrados e forças policiais.” E onde uma ou duas hienas jurídicas (a escolha do animal prende-se com os seu hábitos alimentares e não com os sexuais), que este país sustenta, afirmarão que “Se realizou o Estado de Direito Democrático…”, “A justiça funciona…” e outras tretas do género.

Coisas podres

terça-feira, setembro 20, 2005

Da decadência de um Povo e de um Estado

Um povo sem força, sem energia, incapaz de se reinventar, de criar novos deuses de ir mais além, um povo iletrado, preso à mediocridade de uma vida quotidiana que não passa, também ela, de medíocre. Um país que bebe das televisões a crise em que vive, gente que se inspira nas opiniões dos incapazes que a fazem para formar a consciência da sua própria desgraça.
Não passaram seis meses da eleição de um governo maioritário e ouve-se todo o país a carpir.
Nas últimas eleições houve uma maioria silenciosa que elegeu um governo no qual não acreditava, uma maioria que não saiu à rua, que não se motivou, que nunca acreditou, uma maioria silenciosa que sabia que do outro lado era ainda pior, e nesse domingo saiu de casa e foi votar. Uma maioria silenciosa que já fora uma minoria ruidosa em 1995 e 1999.
Um povo que quer governantes mas não quer ser governado, um país imbecilizado pelo egocentrismo de um sucesso imediato, gente incapaz de compreender e aceitar perder privilégios que a maioria não tem, gente que berra nas ruas pelo simples prazer de grunhir em defesa de corporativismos escabrosos e sindicalismos bacocos. Júlio César dissera em Roma “Há nos confins da ibéria um povo que nem se governa, nem se deixa governar...”
Mas este povo, esta maioria silenciosa, consciente da sua decadência pessoal ainda não se consciencializou da sua decadência colectiva, ainda não se apercebeu que o regime está a chegar ao fim. Um modelo económico esgotado, que não tem por onde crescer, um modelo político que não tem mais nada para acrescentar e um sistema mediático que anuncia a podridão em parangonas e aberturas de telejornal.
E este povo iletrado vai escolhendo, ora os da direita, ora os da esquerda para os governar, tendo como único critério uma alternância podre. Por isso, nem os da esquerda se querem juntar aos da direita nem os da direita se querem juntar aos da esquerda para que se pensasse um novo modelo para o país; administrativo, politico, fiscal, económico e social. Com essa soma de duas mediocridades, e sem altermativa visível, o povo decadente que vive num estado decadente, mas não o sabe, talvez despertasse e fosse a terreiro hastear novas bandeiras. E eles não querem isso.

Portugal é um lugar estranho!

Não há português que não sinta as dores do povo alemão por causa da visível dificuldade em constituir uma maioria parlamentar pós eleitoral que venha a suportar um futuro governo; essa ternura tão generalizada abrange, do mais simples operário que não sabe sequer onde fica a alemanha, até ao mais ilustre presidente de uma comissão europeia, passando até, pasme-se, por aqueles que num acto de "vendetta" politica querem eleger Cavaco Silva para que este possa demitir um governo, pasme-se outra vez, maioritário! Este desejo de estabilidade, enternurece qualquer coração!

segunda-feira, setembro 19, 2005

Uma monarquia portuguesa? Nunca! Uma monarquia espanhola? Já!

Um povo, que na sua essência assimilou o ideal republicano, um povo que na sua grande maioria percebe, aceita e defende a separação do estado e da igreja e um povo que não vislumbra outro regime senão aquele em que vamos apodrecendo todos os dias.
Mas um povo que cantaria hoje, vivas a el rei Filipe VI de Espanha e IV de Portugal.
O que nos separa hoje das cortes de Tomar em 1581 é o facto de os nossos fidalgos, ao contrário do que haviam feito os seus antepassados, ainda não terem pedido a sua majestade, o rei de Espanha, que nos viesse, como outrora fizera, aliviar de uma crise profunda e enterrar de uma vez por todas o triste sebastianismo que nos atormenta.

Na mesma

Seja qual for o partido vencido que vá governar a Alemanha, Portugal continuará um país pobre, atrasado, em estagnação de crescimento e cheio de portugueses; esta última, a meu ver, causa principal de todas as outras.

sábado, setembro 17, 2005

Bravos soldados !!!

As Associações dos Oficiais, dos Sargentos e dos Praças da Armada preparam-se para, numa iniciativa arrojada e inédita, promover uma manifestação de donas de casa.
Advinha-se que a próxima Aljubarrota seja travada de espanador e vassoura em punho!

sexta-feira, setembro 16, 2005

O Beato Marcelo

"O arcebispo mendigo” era assim chamado pelo seu amor franciscano à pobreza e pela caridade inesgotável para com os pobres. Nasceu de nobre família, e seguiu os ensinamentos de seu pai, doutorando-se em jurisprudência.
Abriu um escritório para atender gratuitamente os pobres.
Distinguiu-se por seu zelo infatigável pela salvação das almas, espírito de oração, intensa mortificação e sua atitude paternal para com os sofredores e marginalizados.

Este Beato Marcelo (1835-1906), era Spinola e não Rebelo de Sousa mas também em relação ao segundo se pode acrescentar que “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu, me enviou a anunciar aos pobres a boa nova, curar os corações aflitos”(Lc 4,18).
A isso, assistimos todos nós aos domingos à noite em pleno canal público de televisão.
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