segunda-feira, novembro 21, 2005
sexta-feira, novembro 18, 2005
Já agora...
Em adenda ao post anterior, a expressão "espiritos pouco curiosos, neutralizados pela fé" é de Saramago.
A paciência que eu já não tenho...
Espíritos pouco curiosos, uns neutralizados pela fé, outros incapazes por formação de não se acharem cheios de certezas, mundos construídos em cima de pilares de plástico, incapazes da abstracção, lógicas de valores onde hierarquicamente predomina a vontade de acasalar, agrupamentos de vadios intelectuais que se juntam em blogues colectivos e entre iguais se fazem mais iguais ao que já eram e ao que os outros são.
Gente que escreve sem erros gramaticais, abusando do corrector ortográfico, mas gente que com caneta e papel pouco se ouviu falar.
Gente que se visita assiduamente, como qualquer familiar visita parentes enfermos num hospital.
Gente que critica à distância, de longe, sem dar a cara, sem dizer quem são ou o que fazem.
Gente que normalmente não tendo vergonha do que são, têm vergonha do que fazem e daquilo em que se tornaram.
Gente que não aceita a critica, nem de iguais, nem de parecidos, nem dos que dão a cara e não têm vergonha do que são, do que fazem nem daquilo em que se tornaram.
Insultam, o que conhecem e o que desconhecem, sem inteligência, nas não aceitam que lhes respondam.
Como em qualquer matilha, os cães da frente, são sempre os maiores, como em qualquer matilha, os cães da frente são os que mais barulho fazem, são os que procuram assustar, mas eles não sabem que serão sempre os primeiros a ser abatidos.
E é de abate de cães que se trata aqui; o passar dos dias e do tempo encarregar-se-á de os abater, e deles apenas rezará a história que conta quem naquele dia os viu a correr em direcção a alguém…
Gente que escreve sem erros gramaticais, abusando do corrector ortográfico, mas gente que com caneta e papel pouco se ouviu falar.
Gente que se visita assiduamente, como qualquer familiar visita parentes enfermos num hospital.
Gente que critica à distância, de longe, sem dar a cara, sem dizer quem são ou o que fazem.
Gente que normalmente não tendo vergonha do que são, têm vergonha do que fazem e daquilo em que se tornaram.
Gente que não aceita a critica, nem de iguais, nem de parecidos, nem dos que dão a cara e não têm vergonha do que são, do que fazem nem daquilo em que se tornaram.
Insultam, o que conhecem e o que desconhecem, sem inteligência, nas não aceitam que lhes respondam.
Como em qualquer matilha, os cães da frente, são sempre os maiores, como em qualquer matilha, os cães da frente são os que mais barulho fazem, são os que procuram assustar, mas eles não sabem que serão sempre os primeiros a ser abatidos.
E é de abate de cães que se trata aqui; o passar dos dias e do tempo encarregar-se-á de os abater, e deles apenas rezará a história que conta quem naquele dia os viu a correr em direcção a alguém…
quinta-feira, novembro 17, 2005
O Sr. Ministro está-se a habilitar a um prémio "Luis Delgado"...
O Senhor Ministro Correia de Campos diz que é uma vergonha os 59 oftalmologistas no Hospital dos Capuchos; uma vergonha ainda maior deverá ser o tempo de espera por uma consulta de oftalmologia, mas mais Sr. Ministro, esses 59 Médicos estão lá porque se puseram lá e agora ninguém os consegue tirar, ou algum, ou alguns governos foram abrindo concursos para a colocação desses médicos? No caso da segunda opção convinha elucidar o ignorante povo que o Sr. Ministro faz o frete de governar se no tempo em que o Sr. já tinha sido ministro da mesma pasta, não terá também o Sr. aberto algum…
quarta-feira, novembro 16, 2005
No Banco...
Quer que enviemos os cheques para casa ou recebe aqui no balcão?
Envie para casa
Muito bem, e quer por algum título nos cheques?
Titulo?
Sim... doutor, engenheiro…?
Ponha arquitecto.
Mas, o senhor doutor é arquitecto?
Não.
Então não podemos por.
Então ponha Engenheiro.
Mas o senhor doutor é engenheiro?
Sou.
Então fica engenheiro.
( será que isto só me acontece a mim?)
Envie para casa
Muito bem, e quer por algum título nos cheques?
Titulo?
Sim... doutor, engenheiro…?
Ponha arquitecto.
Mas, o senhor doutor é arquitecto?
Não.
Então não podemos por.
Então ponha Engenheiro.
Mas o senhor doutor é engenheiro?
Sou.
Então fica engenheiro.
( será que isto só me acontece a mim?)
terça-feira, novembro 15, 2005
Em quem votar? É Fácil….
Na primeira volta:
Os cavaquistas votam no Cavaco, ponto final, assunto encerrado.
Os outros votam num qualquer, no Vieira, no advogado do BiBi, não importa, todos os votos contam para que Aníbal não ganha à primeira volta.
Na segunda volta:
Os cavaquistas votam no Cavaco, ponto final, assunto encerrado.
Os outros votam no que tiver passado.
Os cavaquistas votam no Cavaco, ponto final, assunto encerrado.
Os outros votam num qualquer, no Vieira, no advogado do BiBi, não importa, todos os votos contam para que Aníbal não ganha à primeira volta.
Na segunda volta:
Os cavaquistas votam no Cavaco, ponto final, assunto encerrado.
Os outros votam no que tiver passado.
And the award goes to...
Com uma semana de atraso a gerência deste blog, eu, atribui o prémio “Luís Delgado” da Semana de 7 a 14 de Novembro a …. Constança Cunha e Sá
É contemplado aquele ou aquela que no referido período mais tiver contribuído para a estupidificação colectiva do povo português.
É um prémio pela "magnífica" entrevista a Aníbal Silva, consta até que no fim terá mesmo dito:
“Ich Bin ein Boliqueimer”
segunda-feira, novembro 14, 2005
Quem gostaria de ver emigrar esta semana?
a) Luís Delgado
b) Júlia Pinheiro
c) Luís Delgado
d) A TVI inteira
e) Luís Delgado
f) Os Comentadores da Spor TV
g) Luís Delgado
b) Júlia Pinheiro
c) Luís Delgado
d) A TVI inteira
e) Luís Delgado
f) Os Comentadores da Spor TV
g) Luís Delgado
3% de quase nada é muito pouco
Salário Mínimo Nacional vai aumentar três por cento em 2006
A receita parece simples, e os Espanhois já o fizeram: Aumentar o salário mínimo a um ritmo de 10 12% ao ano durante 5 ou 6 anos; provocar desemprego na ordem dos 15 a 20% da população activo por falência das empresas que apenas vendem mão de obra; sobrevivem as melhores, as mais modernas, as mais capazes e as tecnologicamente mais avançadas; abrir espaço para o surgimento de novas unidades empresariais e ao fim desses mesmo 5 ou 6 anos entra-se num ritmo de crescimento de 4 a 5% ao ano.
Em duas décadas Portugal estaria entre os melhores.
O que falta? Coragem para assumir taxas de desemprego elevadas; insuficiência financeira do estado para pagar prestações sociais aos desempregados; coragem política para perder eleições a bem das futuras gerações.
Eu, também sei, que me permito pensar desta maneira porque muito provavelmente não estaria nos 15 ou 20% de desempregados, porque muito provavelmente essa crise não me afectaria... mas mesmo assim, sentindo que este governo lá vai fazendo o que pode, não faz tudo o que deveria...
A receita parece simples, e os Espanhois já o fizeram: Aumentar o salário mínimo a um ritmo de 10 12% ao ano durante 5 ou 6 anos; provocar desemprego na ordem dos 15 a 20% da população activo por falência das empresas que apenas vendem mão de obra; sobrevivem as melhores, as mais modernas, as mais capazes e as tecnologicamente mais avançadas; abrir espaço para o surgimento de novas unidades empresariais e ao fim desses mesmo 5 ou 6 anos entra-se num ritmo de crescimento de 4 a 5% ao ano.
Em duas décadas Portugal estaria entre os melhores.
O que falta? Coragem para assumir taxas de desemprego elevadas; insuficiência financeira do estado para pagar prestações sociais aos desempregados; coragem política para perder eleições a bem das futuras gerações.
Eu, também sei, que me permito pensar desta maneira porque muito provavelmente não estaria nos 15 ou 20% de desempregados, porque muito provavelmente essa crise não me afectaria... mas mesmo assim, sentindo que este governo lá vai fazendo o que pode, não faz tudo o que deveria...
quarta-feira, novembro 09, 2005
sexta-feira, outubro 28, 2005
Das duas... uma
Sete juízes votaram contra e seis a favorTC chumbou proposta de convocação de um novo referendo ao aborto
A minha conclusão é esta:
Ou o Tribunal Constitucional é um aborto, ou a Constituição é um aborto.
A minha conclusão é esta:
Ou o Tribunal Constitucional é um aborto, ou a Constituição é um aborto.
quinta-feira, outubro 27, 2005
As meninas dos “Morangos com açúcar”
Daquela malta toda dos “morangos com açúcar”será que as meninas não estarão disponíveis para serem as mandatárias da juventude de Manuel Alegre, Louça ou Jerónimo de Sousa?
Assim, os candidatos ficariam todos em pé de igualdade; todos teriam uma Mandatária para a Juventude Gaiteira!
Assim, os candidatos ficariam todos em pé de igualdade; todos teriam uma Mandatária para a Juventude Gaiteira!
Competitividade IV
Os dados que aqui vou mencionar fazem parte das análises sectoriais efectuadas pelo Banco de Portugal para o ano de 2003 e estão disponíveis online na página do BP.
O BP reuniu, para o ano e o sector em causa, dados de 465 empresas do sector têxtil.
Não vou tecer grandes explicações ou análises económicas da performance das 465 empresas; apenas referirei o facto de os Custos com Pessoal (salários, seguros AT e encargos) representar em termos médios, 21% sobre as Vendas.
Mas os salários não englobam apenas mão de obra directa, eles também englobam os custos dos administradores, dos funcionários administrativos, dos encarregados etc.
Assim reparta-se este valor em 60% de mão de obra directa e 40% de mão de obra indirecta, obtém-se o seguinte valor: Por cada 100 Euros de vendas 12,5 Euros dizem respeito a salários dos trabalhadores.
Os chineses, os tailandeses e os vietnamitas podem trabalhar mais horas e receber 10 vezes menos, podem ser explorados, pode ser uma questão de direitos humanos e podemo-nos indignar profundamente; mas a verdadeira questão é que nem que retirássemos esses 12,5% ao custo dos nossos têxteis as nossas empresas poderiam competir.
Os têxteis não chegam da china aqui por obra e graça de Nosso Senhor, existem custos de transporte e á chegada aplicam-se 10% de taxas alfandegárias sobre as importações de têxteis. Basicamente, chegam cá ao mesmo preço.
Se o modelo de desenvolvimento pretendido, fosse o de vender mão de obra, actualmente podíamos, mesmo assim, competir com a China.
O problema é que esse é o único factor em que apostamos em low costs; um administrador português não anda no mesmo carro de um administrador chinês, nem tem na sua empresa custos fixos típicos de uma organização chinesa; cá, é quase tudo em grande, à excepção da mão de obra.
As estruturas de financiamento, são muitas vezes inadequadas porque, “em tempo de vacas gordas”, as empresas foram sendo descapitalizadas, compraram-se jipes, casas e Ferraris.
Os activos não têm uma estrutura de rotação adequada porque os investimentos que foram feitos, se o foram e quando o foram, foram-no á base de subsídios, tantas vezes com sobre-facturação e frequentemente sem análises técnicas que os justificassem porque em empresas onde manda o patrão não mandam “os engenheiros”. Os técnicos do IAPMEI, alguns estagiários e contratados a recibos verdes avalizaram e assinaram por baixo, e os ministros falavam nas televisões de sermos bons alunos na Europa dos doze e na Europa dos quinze e das taxas de execução dos programas comunitários.
O BP reuniu, para o ano e o sector em causa, dados de 465 empresas do sector têxtil.
Não vou tecer grandes explicações ou análises económicas da performance das 465 empresas; apenas referirei o facto de os Custos com Pessoal (salários, seguros AT e encargos) representar em termos médios, 21% sobre as Vendas.
Mas os salários não englobam apenas mão de obra directa, eles também englobam os custos dos administradores, dos funcionários administrativos, dos encarregados etc.
Assim reparta-se este valor em 60% de mão de obra directa e 40% de mão de obra indirecta, obtém-se o seguinte valor: Por cada 100 Euros de vendas 12,5 Euros dizem respeito a salários dos trabalhadores.
Os chineses, os tailandeses e os vietnamitas podem trabalhar mais horas e receber 10 vezes menos, podem ser explorados, pode ser uma questão de direitos humanos e podemo-nos indignar profundamente; mas a verdadeira questão é que nem que retirássemos esses 12,5% ao custo dos nossos têxteis as nossas empresas poderiam competir.
Os têxteis não chegam da china aqui por obra e graça de Nosso Senhor, existem custos de transporte e á chegada aplicam-se 10% de taxas alfandegárias sobre as importações de têxteis. Basicamente, chegam cá ao mesmo preço.
Se o modelo de desenvolvimento pretendido, fosse o de vender mão de obra, actualmente podíamos, mesmo assim, competir com a China.
O problema é que esse é o único factor em que apostamos em low costs; um administrador português não anda no mesmo carro de um administrador chinês, nem tem na sua empresa custos fixos típicos de uma organização chinesa; cá, é quase tudo em grande, à excepção da mão de obra.
As estruturas de financiamento, são muitas vezes inadequadas porque, “em tempo de vacas gordas”, as empresas foram sendo descapitalizadas, compraram-se jipes, casas e Ferraris.
Os activos não têm uma estrutura de rotação adequada porque os investimentos que foram feitos, se o foram e quando o foram, foram-no á base de subsídios, tantas vezes com sobre-facturação e frequentemente sem análises técnicas que os justificassem porque em empresas onde manda o patrão não mandam “os engenheiros”. Os técnicos do IAPMEI, alguns estagiários e contratados a recibos verdes avalizaram e assinaram por baixo, e os ministros falavam nas televisões de sermos bons alunos na Europa dos doze e na Europa dos quinze e das taxas de execução dos programas comunitários.
O empresário português nunca se preocupou em controlar uma grande parte da cadeia de valor dos seus produtos, antes preferiu vender toda a sua produção sem marca a “clientes certos” que detivessem essa tal marca e que lhes pagassem.
O empresário português nunca “vendeu em”, “vendeu para”; os seus produtos nunca foram produtos de valor acrescentado, de qualidade ou de design que os diferenciassem e os empresários, patrões com a quarta classe, ex-operários que subiram na vida em tempo oportuno, porque hoje já não o conseguiriam, nunca se preocuparam com isso, porque nunca perceberam isso, nunca souberam o que era isso, nem nunca quiseram saber.
quarta-feira, outubro 26, 2005
Uma grande (in)JUSTIÇA
Diz o representante do sindicato dos magistrados do ministério público, que os magistrados não podem ter outro rendimento que não o do seu trabalho, que não recebem horas extras, que os interrogatórios acabam tarde e que estão sempre disponíveis de dia e de noite.
Uma INJUSTIÇA: nós, no sector privado, trabalhamos só quando nos apetece, nunca ficamos até mais tarde, recebemos vários ordenados de coisas que nem fazemos, nunca estamos disponíveis fora de horas, temos um sistema de assistência na doença absolutamente fantástico, ganhamos ordenados, tal como eles, na ordem dos três mil euros e reformamo-nos todos aos 55 anos.
Eu estou muito preocupado com aquilo que este governo está a fazer aos magistrados; qualquer dia a justiça não funciona e depois de quem é a culpa?
Uma INJUSTIÇA: nós, no sector privado, trabalhamos só quando nos apetece, nunca ficamos até mais tarde, recebemos vários ordenados de coisas que nem fazemos, nunca estamos disponíveis fora de horas, temos um sistema de assistência na doença absolutamente fantástico, ganhamos ordenados, tal como eles, na ordem dos três mil euros e reformamo-nos todos aos 55 anos.
Eu estou muito preocupado com aquilo que este governo está a fazer aos magistrados; qualquer dia a justiça não funciona e depois de quem é a culpa?
Os previlégios
Não era interessante que, por cada previlégio que este governo retira a uma determinada classe ou corporação, se soubesse qual foi o governo que o concedeu?
terça-feira, outubro 25, 2005
E por hoje deve ser tudo....
Hoje não deve haver muito mais postagens por aqui... é que isto de ser de Santa Maria da Feira e estar com sintomas de gripe, não é nada bom sinal...
Um exemplo...
No programa “Prós e Contras” de ontem na Rtp1 foram abordados problemas relacionados com a família, com a adopção e a institucionalização de crianças.
À parte da excelência, muito habitual, dos convidados; destacou-se claramente pelo desapego e pela “alma” que colocou nas questões o advogado António Marinho Pinto.
Tiro-lhe o chapéu Senhor Doutor…
À parte da excelência, muito habitual, dos convidados; destacou-se claramente pelo desapego e pela “alma” que colocou nas questões o advogado António Marinho Pinto.
Tiro-lhe o chapéu Senhor Doutor…
O mesmo Senhor Doutor, que foi candidato a Bastonário da Ordem dos Advogados, mas que tem uma personalidade demasiado forte para ganhar eleições, o mesmo Senhor Doutor que tem posições demasiado frontais para algum dia vir a ser convidado a ocupar um lugar de destaque ou relevância política.
Por isso mesmo, Senhor Doutor, volto a tirar-lhe o chapéu…
segunda-feira, outubro 24, 2005
Houve um passarinho que me disse...
Que esta "pseudo - investigação" aos bancos, para apurar eventuais fugas em sede de IRC e apuramento de responsabilidades no branqueamento de capitais é ZERO.
Nem o Ministério das Finanças nem a PJ têm nada que sustente indícios dessas práticas; trata-se, tristemente de andar pelas sedes de alguns bancos a abrir capas à sorte, a confiscar dossiers sem critério, a amarrar computadores portáteis uns aos outros, a pô-los dentro de sacos e levá-los para investigação.
Destacaram os melhores quadros dos serviços de inspecção do Ministério das Finanças para "acartar sacos".
E porque será, que eu acredito nesse passarinho?
Nem o Ministério das Finanças nem a PJ têm nada que sustente indícios dessas práticas; trata-se, tristemente de andar pelas sedes de alguns bancos a abrir capas à sorte, a confiscar dossiers sem critério, a amarrar computadores portáteis uns aos outros, a pô-los dentro de sacos e levá-los para investigação.
Destacaram os melhores quadros dos serviços de inspecção do Ministério das Finanças para "acartar sacos".
E porque será, que eu acredito nesse passarinho?
And the award goes to...
Com uma regularidade semanal, a gerência deste blog, vai passar a atribuir o prémio “Luís Delgado”.
Será contemplado aquele ou aquela que no referido período mais tiver contribuído para a estupidificação colectiva do povo português.
É um prémio de carreira: são horas inteiras de comentários fúteis, análises bacocas, seguidismo alaranjado sem precedentes e excitação cavaquista sem paralelo.
Um verdadeiro talento no desperdício de horas de emissão televisiva.
Aderimos às sondagens
A recente adesão às sondagens online resultam da mistura do desprezo pelos candidatos presidenciais e de um maior conhecimento de ferramentas para blogues.
Juntou-se a fome à vontade de comer...
sexta-feira, outubro 21, 2005
O Pinóquio Sócrates
José Sócrates não excluiu possibilidade de abdicar do referendo ao aborto
Numa aldeia da Península Ibérica, viveu em tempos um grande político chamado Gepeto Guterres; um dia construiu um outro político quase perfeito; “Obterás a maioria que eu nunca tive; vou chamar-te Pinóquio Sócrates!”
Nessa noite a Fada Soares visitou a sede, e com a sua varinha mágica e disse: “Vou dar-te vida Pinóquio Sócrates, mas deves ser sempre de esquerda e verdadeiro!”
Uns anos depois, Gepeto Guterres apercebeu-se que os seus sonhos de maioria se haviam tornado realidade e mandou Pinóquio Sócrates para o Governo sempre com o Grilo Pepe Vitorino na rectaguarda.
No longo caminho da governação, Pinóquio Sócrates encontrou a Raposa Odete e Dona Drago que lhe perguntaram “Porque vais para o referendo, havendo tantas coisas que a Assembleia pode aprovar?”
- Não lhes dês ouvidos – avisou o Grilo Pepe Vitorino.
Mas Pinóquio Sócrates, para quem tudo era novidade, seguiu mesmo as tratantes e acabou à frente de Strombóli Louça, o dono de um teatrinho de marionetas.
- Comigo serás o Governante mais famoso do mundo! - segredou-lhe o astucioso Strombóli Louça.
O espectáculo do debate sobre o referendo começou. Pinóquio Sócrates foi a estrela, principalmente pelas suas falas, que causaram muita risota. Os outros bonecos eram políticos hábeis, enquanto o novo só fazia asneiras... desdizendo o que já tinha dito…
No final do espectáculo Pinóquio Sócrates quis ir-se embora, mas Strombóli Louça tinha outros planos.- Ficas preso nesta jaula, boneco falante. Vales mais que um diamante! Por sorte o grilo Pepe Vitorino correu a avisar a Fada Soares, que enviou uma Borboleta Mágica da Administração Interna para salvar Pinóquio Sócrates.
Quando se recompôs do susto, a Borboleta Mágica da Administração Interna perguntou-lhe qual era o seu partido afinal e o que tinha prometido na campanha?- Não prometi nada na campanha - respondeu o Pinóquio Sócrates.A borboleta voltou a fazer-lhe a mesma pergunta, e ele a dar a mesma resposta. Mas, de cada vez que mentia, o nariz crescia-lhe mais um pouco, pelo que não conseguiu enganar a Borboleta Mágica da Administração Interna.- Não quero este nariz! - Soluçou Pinóquio Sócrates- Terás que te portar bem e não mentir! Terás de fazer o referendo - disse-lhe a Borboleta Mágica.Depois de regressar a casa, aonde foi recebido com muita alegria, passou a portar-se bem.Tempos depois, quando se falou outra vez no referendo, voltou a encontrar a Raposa Odete, que o desafiou para a acompanhar ao Parlamento dos Jogos. Assim que entrou começaram a crescer-lhe as orelhas e a transformar-se em burro. Aflito, valeu-lhe o grilo Pepe Vitorino, que lhe disse:- Anda, Pinóquio Sócrates, conheço uma porta secreta...! Não te queres transformar em burro, pois não? Levar-te-iam para um curral!- Sim, vou contigo, meu amigo.Ao chegarem a casa encontraram-na vazia. Por uns marinheiros souberam que Gepeto Gueterres se tinha feito ao mar num bote e tinha ido para os lados da América. Como o grilo Pepe Vitorino era muito esperto, ensinou Pinóquio a construir uma jangada.
Uns dias mais tarde, quando navegavam já longe de terra, avistaram uma baleia presidencial.- Essa baleia vem direita a nós! gritou Pepe Vitorino. - Saltemos para a água! Mas não puderam salvar-se ... e a baleia engoliu-os.Em breve descobriram que no interior da barriga estava Gepeto Guterres, que tinha naufragado no decurso de uma tempestade governativa.Depois de se terem abraçado, resolveram acender uma fogueira. A baleia espirrou e lançou-os fora.- Perdoa-me papá - suplicou Pinóquio Sócrates muito arrependido.Gepeto Guterres disse-lhe que tinha de fazer mesmo o referendo.
Pinóquio Sócrates, não só fez o referendo, como a partir dali se mostrou tão dedicado e fiel às promessas que tinha feito que a Fada Soares, no dia do seu primeiro aniversário, o transformou num governante de carne e osso
- Agora tenho um Primeiro - Ministro verdadeiro! – Exclamou contentíssimo Gepeto Guterres!
Nessa noite a Fada Soares visitou a sede, e com a sua varinha mágica e disse: “Vou dar-te vida Pinóquio Sócrates, mas deves ser sempre de esquerda e verdadeiro!”
Uns anos depois, Gepeto Guterres apercebeu-se que os seus sonhos de maioria se haviam tornado realidade e mandou Pinóquio Sócrates para o Governo sempre com o Grilo Pepe Vitorino na rectaguarda.
No longo caminho da governação, Pinóquio Sócrates encontrou a Raposa Odete e Dona Drago que lhe perguntaram “Porque vais para o referendo, havendo tantas coisas que a Assembleia pode aprovar?”
- Não lhes dês ouvidos – avisou o Grilo Pepe Vitorino.
Mas Pinóquio Sócrates, para quem tudo era novidade, seguiu mesmo as tratantes e acabou à frente de Strombóli Louça, o dono de um teatrinho de marionetas.
- Comigo serás o Governante mais famoso do mundo! - segredou-lhe o astucioso Strombóli Louça.
O espectáculo do debate sobre o referendo começou. Pinóquio Sócrates foi a estrela, principalmente pelas suas falas, que causaram muita risota. Os outros bonecos eram políticos hábeis, enquanto o novo só fazia asneiras... desdizendo o que já tinha dito…
No final do espectáculo Pinóquio Sócrates quis ir-se embora, mas Strombóli Louça tinha outros planos.- Ficas preso nesta jaula, boneco falante. Vales mais que um diamante! Por sorte o grilo Pepe Vitorino correu a avisar a Fada Soares, que enviou uma Borboleta Mágica da Administração Interna para salvar Pinóquio Sócrates.
Quando se recompôs do susto, a Borboleta Mágica da Administração Interna perguntou-lhe qual era o seu partido afinal e o que tinha prometido na campanha?- Não prometi nada na campanha - respondeu o Pinóquio Sócrates.A borboleta voltou a fazer-lhe a mesma pergunta, e ele a dar a mesma resposta. Mas, de cada vez que mentia, o nariz crescia-lhe mais um pouco, pelo que não conseguiu enganar a Borboleta Mágica da Administração Interna.- Não quero este nariz! - Soluçou Pinóquio Sócrates- Terás que te portar bem e não mentir! Terás de fazer o referendo - disse-lhe a Borboleta Mágica.Depois de regressar a casa, aonde foi recebido com muita alegria, passou a portar-se bem.Tempos depois, quando se falou outra vez no referendo, voltou a encontrar a Raposa Odete, que o desafiou para a acompanhar ao Parlamento dos Jogos. Assim que entrou começaram a crescer-lhe as orelhas e a transformar-se em burro. Aflito, valeu-lhe o grilo Pepe Vitorino, que lhe disse:- Anda, Pinóquio Sócrates, conheço uma porta secreta...! Não te queres transformar em burro, pois não? Levar-te-iam para um curral!- Sim, vou contigo, meu amigo.Ao chegarem a casa encontraram-na vazia. Por uns marinheiros souberam que Gepeto Gueterres se tinha feito ao mar num bote e tinha ido para os lados da América. Como o grilo Pepe Vitorino era muito esperto, ensinou Pinóquio a construir uma jangada.
Uns dias mais tarde, quando navegavam já longe de terra, avistaram uma baleia presidencial.- Essa baleia vem direita a nós! gritou Pepe Vitorino. - Saltemos para a água! Mas não puderam salvar-se ... e a baleia engoliu-os.Em breve descobriram que no interior da barriga estava Gepeto Guterres, que tinha naufragado no decurso de uma tempestade governativa.Depois de se terem abraçado, resolveram acender uma fogueira. A baleia espirrou e lançou-os fora.- Perdoa-me papá - suplicou Pinóquio Sócrates muito arrependido.Gepeto Guterres disse-lhe que tinha de fazer mesmo o referendo.
Pinóquio Sócrates, não só fez o referendo, como a partir dali se mostrou tão dedicado e fiel às promessas que tinha feito que a Fada Soares, no dia do seu primeiro aniversário, o transformou num governante de carne e osso
- Agora tenho um Primeiro - Ministro verdadeiro! – Exclamou contentíssimo Gepeto Guterres!
Logo a começar o dia..
O Abílio, homem feito, 20 anos de empresa, operador de balancé de 1ª categoria, houve meses em que chegou a tirar 600 Euros limpos, pedia-me hoje, para ir à Internet procurar os programas dos candidatos:” Preciso de ver os programas dos candidatos antes de decidir em quem vou votar”.
Imediatamente lhe expliquei, que a Internet não serve para isso!
Imediatamente lhe expliquei, que a Internet não serve para isso!
quinta-feira, outubro 20, 2005
Ainda o orçamento para 2006
Este orçamento contempla, não só, a reintrodução de alguns benefícios fiscais, como a manutenção de alguns beneficiados fiscais.
O que devemos esperar dos candidatos a PR:
Que distribuam muitas canetas, muitas sacas plásticas, muita febra assada, alguns isqueiros, milhões de autocolantes, calendários para 2006, alguns calendários com 2006 e 2007, algumas réguas, muito poucas t-shirts e alguns guarda-chuvas.
O que devemos esperar da campanha para as presidenciais:
Muitas canetas, muitas sacas plásticas, muita febra assada, alguns isqueiros, milhões de autocolantes, calendários para 2006, alguns calendários com 2006 e 2007, algumas réguas, muito poucas t-shirts e alguns guarda-chuvas.
Let the party begin
A anunciada candidatura de Aníbal Silva, será comunicada ao povo, hoje, no recatado Centro Cultural de Belém, apenas com a família e os colaboradores mais próximos e à hora de entrada em directo em todos os telejornais.
Sensibiliza-me imenso, a modéstia e a simplicidade de algumas cerimónias.
Bem, mas à parte disso, agrada-me o facto de estarem todos, ou quase todos os candidatos, anunciados.
Não começaria a festança sem a presença de Dona Constança.
Sensibiliza-me imenso, a modéstia e a simplicidade de algumas cerimónias.
Bem, mas à parte disso, agrada-me o facto de estarem todos, ou quase todos os candidatos, anunciados.
Não começaria a festança sem a presença de Dona Constança.
quarta-feira, outubro 19, 2005
Também há fumo sem fogo
A notícia da detenção para interrogatório de Cristiano Ronaldo, para responder por, alegadamente, crime de violação, levantou imediatamente a certeza, em alguma opinião pública, da prática do mesmo crime. Idolatram-se as pessoas, por respeito e admiração aquilo que fazem, por aquilo que são, por aquilo que representam, ao que conseguiram e no tempo em que o conseguiram e com a mesma determinação e exagero se destroem carácteres, se condenam comportamentos, se emitem juízos de valor e se concluem provadas todas as acusações, mesmo aquelas que ainda não foram feitas.
Acredita-se que “não há fumo sem fogo”, “se se investiga é porque há qualquer coisa”, “a polícia não vai prender assim sem mais nem menos”, etc... No fundo, aquilo que se diz nas televisões: o “temos de confiar na justiça”, as pessoas fazem-no e confiam. Eu, faço um esforço, consciente, para não confiar em certas justiças e portanto não considero, hoje, o “miúdo” culpado de coisa nenhuma. A avidez de protagonismo e de mediatismo por parte dos intervenientes de alguns sistemas judiciais e por parte de alguns pretensos queixosos, motivou e continua a motivar inúmeras investigações sobre pessoas que já atingiram esse mediatismo e esse protagonismo. São constantes as notícias de mega investigações que não deram em nada, por ineficiência da investigação, ou na grande maioria, por e simplesmente, pela inexistência do crime.
O facto existiu, Cristiano Ronaldo esteve sob interrogatório, mas ainda não foi acusado de nada, e se o for, nada nos diz que será culpado; mas o facto é que pesa sobre ele a sentença já executada da divulgação da notícia, e pesa o facto de e confiança cega na justiça que nos é vendida todos os dias na comunicação social, nos levar a pensar que “alguma coisa se deve ter passado”.
Independentemente de questões monetárias, e são muitos os casos de acusações deste tipo em que elas são determinantes, eu continuo a achar que a justiça também tem os seus candidatos a ídolos e protagonistas, aqui e em qualquer lado do mundo, e tenho para mim, nos que diz respeito à justiça, que muitas das vezes, há fumo sem fogo.
Acredita-se que “não há fumo sem fogo”, “se se investiga é porque há qualquer coisa”, “a polícia não vai prender assim sem mais nem menos”, etc... No fundo, aquilo que se diz nas televisões: o “temos de confiar na justiça”, as pessoas fazem-no e confiam. Eu, faço um esforço, consciente, para não confiar em certas justiças e portanto não considero, hoje, o “miúdo” culpado de coisa nenhuma. A avidez de protagonismo e de mediatismo por parte dos intervenientes de alguns sistemas judiciais e por parte de alguns pretensos queixosos, motivou e continua a motivar inúmeras investigações sobre pessoas que já atingiram esse mediatismo e esse protagonismo. São constantes as notícias de mega investigações que não deram em nada, por ineficiência da investigação, ou na grande maioria, por e simplesmente, pela inexistência do crime.
O facto existiu, Cristiano Ronaldo esteve sob interrogatório, mas ainda não foi acusado de nada, e se o for, nada nos diz que será culpado; mas o facto é que pesa sobre ele a sentença já executada da divulgação da notícia, e pesa o facto de e confiança cega na justiça que nos é vendida todos os dias na comunicação social, nos levar a pensar que “alguma coisa se deve ter passado”.
Independentemente de questões monetárias, e são muitos os casos de acusações deste tipo em que elas são determinantes, eu continuo a achar que a justiça também tem os seus candidatos a ídolos e protagonistas, aqui e em qualquer lado do mundo, e tenho para mim, nos que diz respeito à justiça, que muitas das vezes, há fumo sem fogo.
terça-feira, outubro 18, 2005
E se fosse assim, estariamos pior ou melhor?
- Sporting rescinde com Cavaco
- Peseiro apresenta OE para 2006
- Governo joga hoje em Villareal
- Benfica preocupado com Gripe das Aves
Um Orçamento de verdade para 2006
Eu, assumo aqui, as linhas mestras do meu orçamento pessoal para 2006:
a) Taxa de Crescimento do Rendimento : Prevejo que o patrão me pague mais 17,6%.
b) Evolução das Despesas com telemóvel: Fixa-se o limite nos 5 contos / mês.
c) Evolução das despesas em deboche com outros solteiros: Fixa-se o limite de uma por mês.
d) Evolução do Crédito Habitação: Prevê-se que ganhe um daqueles concursos dos bancos e nunca mais tenha de pagar aquilo.
e) Evolução do preço do gasóleo: Não me interessa, já nem ligo.
f) Evolução dos gastos com saúde: Não vou ficar doente em 2006.
g) Evolução dos gastos com justiça: Vou ver se não me meto em alhadas.
h) Evolução do Investimento: Prevejo investir com o dinheiro dos outros em alguma coisa que não seja, nem um comboio de alta velocidade nem um aeroporto.
i) Índices de confiança: Neste momento elevada, mas indexada à época futebolística do Benfica e das convocatórias para a Selecção Nacional.
segunda-feira, outubro 17, 2005
As habilidades de José
- José, estamos todos à sua espera, não se quer vir sentar aqui connosco? Estão aqui os outros Administradores, estão aqui os capitães de equipa… venha cá José?
- Vá lá José, saia detrás dos cortinados.
- José, o que se passou ontem foi inadmissível, a equipa esteve irreconhecível e o resultado fala por si; isto não é digno de um grande clube e de uma grande instituição.
“Entramos bem, com espírito de sacrifício de entrega e abnegação, lutamos muito, infelizmente não tivemos sorte e quando assim é, há que continuar a lutar para sermos mais fortes… pata ti pata tá.. pata té pata ti… pata tá pata té…”
- José… quantas vezes já lhe disse que não o quero a falar por gravadores… e de uma vez por todas, SAIA DETRÁS DA CORTINA!
- José, eu já não sei o que hei-de fazer mais consigo… os adeptos já não perdoam, os administradores querem a sua cabeça e eu estou num beco sem saída… dê-me uma boa razão, José, para não o despedir imediatamente?
José saiu detrás do cortinado e num exercício de contorcionismo próprio de uma habilidade canina, mostrou ao seu Presidente e aos que o acompanhavam o seu truque mais audaz, mostrou que conseguia lamber os próprios tomates…
- Vá lá José, saia detrás dos cortinados.
- José, o que se passou ontem foi inadmissível, a equipa esteve irreconhecível e o resultado fala por si; isto não é digno de um grande clube e de uma grande instituição.
“Entramos bem, com espírito de sacrifício de entrega e abnegação, lutamos muito, infelizmente não tivemos sorte e quando assim é, há que continuar a lutar para sermos mais fortes… pata ti pata tá.. pata té pata ti… pata tá pata té…”
- José… quantas vezes já lhe disse que não o quero a falar por gravadores… e de uma vez por todas, SAIA DETRÁS DA CORTINA!
- José, eu já não sei o que hei-de fazer mais consigo… os adeptos já não perdoam, os administradores querem a sua cabeça e eu estou num beco sem saída… dê-me uma boa razão, José, para não o despedir imediatamente?
José saiu detrás do cortinado e num exercício de contorcionismo próprio de uma habilidade canina, mostrou ao seu Presidente e aos que o acompanhavam o seu truque mais audaz, mostrou que conseguia lamber os próprios tomates…
“Eu tou maluco... Eu tou maluco..."
Depois de desmentir categoricamente o que publicamente dissera duas semanas antes e que as televisões não se cansaram de repetir, o Holandês, treinador do FC Porto, divagou sobre os lenços brancos que não vira e sobre indivíduos do Benfica vestidos de adeptos do Porto.
Não se estranhe, portanto, se o personagem em causa for visto nos próximos dias a ministrar o treino de Kilt ou a tocar flauta durante os jogos; é que o homem ensandeceu!
Não se estranhe, portanto, se o personagem em causa for visto nos próximos dias a ministrar o treino de Kilt ou a tocar flauta durante os jogos; é que o homem ensandeceu!
domingo, outubro 16, 2005
Algures em Salamanca, ano da graça de 2005
O Democrata: Sr. Presidente, estou muito preocupado com o sistema judicial lá no vosso país, há mais de um ano que têm em prisão preventiva um meu concidadão.
O Ditador: Mas, Sr. Presidente, o cidadão em causa está em prisão domiciliária e em onze meses já há acusação, julgamento marcado e até já houve adiamentos, no seu país, Sr Presidente, quanto tempo demoram a julgar os presos?
O Democrata: Isso agora não interessa nada, vamos lá mas é falar do caso do piloto português. Diga-me lá o que tencionam fazer com o homem?
O Ditador: Sr. Presidente, como quer que saiba? No meu país há separação entre o poder político e o poder judicial.
O Democrata: Ouça lá, e acha bem andar assim a prender as pessoas dos outros países, sem dar satisfações nenhumas às nossas autoridades?
O Ditador: Ao que me disse o nosso embaixador, no seu país estão 120 concidadãos meus detidos. Duas senhoras até estiveram um ano em prisão preventiva e acabaram por ser absolvidas em julgamento.
O Democrata: Está a ver, está a ver, no meu país a justiça funciona!
O Ditador: Sr. Presidente, tenha lá calma, problemas com atrasos na justiça todos temos…
O Ditador: Mas, Sr. Presidente, o cidadão em causa está em prisão domiciliária e em onze meses já há acusação, julgamento marcado e até já houve adiamentos, no seu país, Sr Presidente, quanto tempo demoram a julgar os presos?
O Democrata: Isso agora não interessa nada, vamos lá mas é falar do caso do piloto português. Diga-me lá o que tencionam fazer com o homem?
O Ditador: Sr. Presidente, como quer que saiba? No meu país há separação entre o poder político e o poder judicial.
O Democrata: Ouça lá, e acha bem andar assim a prender as pessoas dos outros países, sem dar satisfações nenhumas às nossas autoridades?
O Ditador: Ao que me disse o nosso embaixador, no seu país estão 120 concidadãos meus detidos. Duas senhoras até estiveram um ano em prisão preventiva e acabaram por ser absolvidas em julgamento.
O Democrata: Está a ver, está a ver, no meu país a justiça funciona!
O Ditador: Sr. Presidente, tenha lá calma, problemas com atrasos na justiça todos temos…
O Democrata: Ouça lá, e não há nada que possa fazer, intervir pessoalmente, sei lá? Resolver esta questão? É que no meu país já se começa a falar muito disto, os jornais não largam a história, sabe como é...
O Ditador: Sr. presidente, já lhe disse que no meu país há separação de poderes!
O Democrata: Bahhhh… Não se pode conversar consigo! Os americanos é que têm razão; temos de por fim a estas ditaduras e a este eixo do mal!!!
O Democrata: Bahhhh… Não se pode conversar consigo! Os americanos é que têm razão; temos de por fim a estas ditaduras e a este eixo do mal!!!
sexta-feira, outubro 14, 2005
Chefe.. chefe.... Tive uma ideia!
O Governo vai entregar na próxima segunda feira na AR a proposta de Orçamento de Estado para 2006. Adivinha-se uma longa semana de comentários, de criticas, de discussões e debates televisivos com as mais eminentes figuras, que por um motivo ou por outro também contribuíram para a triste situação em que nos encontramos.
Vão ser debates que vão interessar a muito poucos; os que vão criticar já fizeram igual ou pior e os que vão defender a proposta já criticaram tanto ou mais do que as criticas que agora recebem; tratar-se-á de mera politiquice com um leve aroma a finanças e economia. O povo não gosta, mas lá vai vendo.
Eu, pessoalmente, já estou farto e cansado por antecipação.
Ora, sentindo eu, algumas das dores deste governo, tive uma ideia que evitaria qualquer discussão nas próximas semanas sobre o Orçamento de Estado e que revoltaria qualquer um, a simples ideia de se poder vir a falar daquilo na televisão; nenhuma estação arriscaria e nenhum comentador estaria disponível: É simples: amanhã, às 21.30 em plena transmissão televisiva do Porto – Benfica, o Estado interrompe a emissão e coloca o Ministro das Finanças, o Secretário de Estado do Orçamento e mais dois ou três maduros que por lá andem a ler em directo a proposta do Governo.
Vão ser debates que vão interessar a muito poucos; os que vão criticar já fizeram igual ou pior e os que vão defender a proposta já criticaram tanto ou mais do que as criticas que agora recebem; tratar-se-á de mera politiquice com um leve aroma a finanças e economia. O povo não gosta, mas lá vai vendo.
Eu, pessoalmente, já estou farto e cansado por antecipação.
Ora, sentindo eu, algumas das dores deste governo, tive uma ideia que evitaria qualquer discussão nas próximas semanas sobre o Orçamento de Estado e que revoltaria qualquer um, a simples ideia de se poder vir a falar daquilo na televisão; nenhuma estação arriscaria e nenhum comentador estaria disponível: É simples: amanhã, às 21.30 em plena transmissão televisiva do Porto – Benfica, o Estado interrompe a emissão e coloca o Ministro das Finanças, o Secretário de Estado do Orçamento e mais dois ou três maduros que por lá andem a ler em directo a proposta do Governo.
Só terminam a leitura quando acabar o jogo.
Vão ver que nunca mais se fala do Orçamento de Estado na televisão.
No intervalo para café
O Abílio, homem feito, 20 anos de empresa, operador de balancé de 1ª categoria, houve meses em que chegou a tirar 600 Euros limpos, dizia hoje, com alguma preocupação à Marcolina, operária não especializada e indiferenciada que mesmo com o subsídio de turno não tira mais de 500 Euros por mês: “ Ando preocupado com aquilo da Casa da Música, se o Governo e os Fundadores privados não chegarem a acordo, não sei o que vai ser de nós!"
Quer dizer que andam por aí a combinar preços...!?
Farmacêuticas combinam preços
A Autoridade da Concorrência (AdC) multou cinco grandes empresas farmacêuticas (Abbot, Bayer, Johnson & Johnson, Menarini e Roche), num total de 16 milhões de euros, por prática de cartel (combinação de preços) em 36 concursos públicos de fornecimento a 22 hospitais portugueses.
TENHO UMA NOVIDADE :
ESTES ANDAM A FAZER A MESMA COISA E NINGUÉM LIGA NENHUMA
A Autoridade da Concorrência (AdC) multou cinco grandes empresas farmacêuticas (Abbot, Bayer, Johnson & Johnson, Menarini e Roche), num total de 16 milhões de euros, por prática de cartel (combinação de preços) em 36 concursos públicos de fornecimento a 22 hospitais portugueses.
TENHO UMA NOVIDADE :
ESTES ANDAM A FAZER A MESMA COISA E NINGUÉM LIGA NENHUMA
quarta-feira, outubro 12, 2005
O chamado "trabalho qualificado"
Dividam o vosso ordenado por 22 dias úteis e depois dividam por 8 horas de trabalho diário; chegaram à vossa remuneração horária; agora tentem arranjar uma mulher a dias por esse preço!
"Os loucos anos 90"
Joseph E. Stiglitz, nobel da economia, publica um livro com o nome "Os loucos anos 90" e o prefácio é escrito por um senhor português; Jorge Fernando Branco, que critica explicitamente a forma como os sucessivos governos têm imposto e gerido as restrições orçamentais, dizendo mesmo que esta politica, "está a ter efeitos nocivos e contraproducentes na economia portuguesa". O problema é que este senhor não se chama só Jorge Fernando Branco, chama-se Jorge Fernando Branco de Sampaio e é actualmente Presidente da República.
terça-feira, outubro 11, 2005
Competitividade III
Há empresas que nunca questionam a mudança de consultores, na mesma medida em que no hospício, um maluquinho nunca questiona a mudança de médico.
segunda-feira, outubro 10, 2005
Orgasmos eleitorais
Eu não sou daqueles que acham que o dinheiro do erário público devia ser todo para fazer escolinhas e hospitais, ajudar as criancinhas e tratar dos velhinhos, NÃO; eu acho que também se devem fazer rotundas, abrir buracos e tapar os mesmos buracos três vezes por ano, pagar a clubes de futebol para militarem na 3ª Divisão e nas distritais, pagar aos “Toys” para cantarem nas festas da aldeia, fazer Carnavais e organizar marchas populares. Por isso, entendo que o modelo autárquico faz todo o sentido, ainda mais, num país de alguns analfabetos e de uma grande maioria, que sabendo ler, não entende o que está escrito.
E assim, a 9 de Outubro do ano da graça de 2005, os sinos tocaram a rebate e o povo lá foi votar e a democracia cumpriu-se.
E ao fim da tarde, enquanto a uma certa direita, sem saber se ainda existe realmente, comentava medrosamente os resultados, outra direita sem saber exactamente porque tinham votado nela, refazia apressadamente os discursos para dizer ao povo que tinha ganho.
Do outro lado, uma certa esquerda, sem saber exactamente porque tinham votado na direita, refazia, também ela, o discurso e carpia a derrota. A outra esquerda, a esquerda vinda do fundo dos poços, cantava hossanas e aleluias porque os outros que também eram de esquerda, haviam perdido.
Nas televisões, ilustres incontinentes do comentário político, alguns desenterrados para a ocasião, uivavam explicações sobre os números e adiantavam receitas de poções mágicas para o futuro.
Os números de que falavam eram diferentes dos que me interessavam e então fui procurar: 33.755 mandatos para as Assembleias de Freguesia, dos quais 4.260 são Presidentes de Junta, 8.077 mandatos municipais, dos quais 308 são Presidentes de Câmara, 1.591 vereadores e 6.178 representantes eleitos às Assembleias Municipais; um total de 41.832 autarcas eleitos. A cada lista candidata cumpriria, igualmente, apresentar equivalente número de suplentes; assim, apresentar candidatos a todas as autarquias equivaleria a apresentar 77.486 candidatos. Isto, por cada força partidária.
Se a quantidade é excessiva a qualidade é sofrível e propor a eleições, indivíduos sem qualquer formação académica, técnica ou política é muito mais do que um reflexo do país real, é uma opção, muitas vezes, partidária e assumida pelas estruturas locais dos partidos. Se houve dúvidas quanto à qualidade de Carmona ou de Carrilho, o que dizer da qualidade dos outros 41.831, ou dos restantes 77.485 candidatos.
Muitos destes autarcas farão muito pouco por aqueles que os elegerem, porque dificilmente conseguirão fazer muito mais por eles próprios; sem passado nem futuro que se assinale ou vislumbre, estes autarcas de um país doente ao serem eleitos para uma qualquer Junta de Freguesia, atingiram o auge das suas carreiras.
Os orgasmos dos porcos duram meia hora, os desta gente, quatro anos.
E assim, a 9 de Outubro do ano da graça de 2005, os sinos tocaram a rebate e o povo lá foi votar e a democracia cumpriu-se.
E ao fim da tarde, enquanto a uma certa direita, sem saber se ainda existe realmente, comentava medrosamente os resultados, outra direita sem saber exactamente porque tinham votado nela, refazia apressadamente os discursos para dizer ao povo que tinha ganho.
Do outro lado, uma certa esquerda, sem saber exactamente porque tinham votado na direita, refazia, também ela, o discurso e carpia a derrota. A outra esquerda, a esquerda vinda do fundo dos poços, cantava hossanas e aleluias porque os outros que também eram de esquerda, haviam perdido.
Nas televisões, ilustres incontinentes do comentário político, alguns desenterrados para a ocasião, uivavam explicações sobre os números e adiantavam receitas de poções mágicas para o futuro.
Os números de que falavam eram diferentes dos que me interessavam e então fui procurar: 33.755 mandatos para as Assembleias de Freguesia, dos quais 4.260 são Presidentes de Junta, 8.077 mandatos municipais, dos quais 308 são Presidentes de Câmara, 1.591 vereadores e 6.178 representantes eleitos às Assembleias Municipais; um total de 41.832 autarcas eleitos. A cada lista candidata cumpriria, igualmente, apresentar equivalente número de suplentes; assim, apresentar candidatos a todas as autarquias equivaleria a apresentar 77.486 candidatos. Isto, por cada força partidária.
Se a quantidade é excessiva a qualidade é sofrível e propor a eleições, indivíduos sem qualquer formação académica, técnica ou política é muito mais do que um reflexo do país real, é uma opção, muitas vezes, partidária e assumida pelas estruturas locais dos partidos. Se houve dúvidas quanto à qualidade de Carmona ou de Carrilho, o que dizer da qualidade dos outros 41.831, ou dos restantes 77.485 candidatos.
Muitos destes autarcas farão muito pouco por aqueles que os elegerem, porque dificilmente conseguirão fazer muito mais por eles próprios; sem passado nem futuro que se assinale ou vislumbre, estes autarcas de um país doente ao serem eleitos para uma qualquer Junta de Freguesia, atingiram o auge das suas carreiras.
Os orgasmos dos porcos duram meia hora, os desta gente, quatro anos.
Está decidido...
Esta semana, vou filiar-me no Partido Socialista; já que se adivinham grandes mudanças, eu também quero dar umas vassouradas.
sexta-feira, outubro 07, 2005
Senhores professores
Um horário completo de um docente, são 22 horas lectivas/semana, às quais poderão acrescer 11 horas de cargo, perfazendo um total de 33 horas semanais; Um horário completo de outro trabalhador, são 40 horas /semana.
Dir-me-ão que um docente não trabalha só na sala de aula, há a questão da preparação das aulas, das avaliações do estudo e actualização dos conhecimentos entre outras, sendo esses tempos razão mais que suficiente para o preenchimento de um horário laboral dito “normal”. Percebo e aceito, conheço inúmeros casos, entre família e amigos que me levam a aceitar essa argumentação.
Imaginemos agora um contabilista, um engenheiro, um operário, um economista, uma secretária dizer á sua entidade patronal que passaria apenas a trabalhar metade do tempo, a outra metade serviria para se preparar para o trabalho; impensável.
O que uns têm como garantias adquiridas, outros, por ridículo da situação, não sonham sequer, vir algum dia a ter.
No ensino público, um docente em função dos anos de serviço, vai tendo reduções de horário; no final da carreira não dará mais de 12 a 14 horas semanais de aulas. Um docente, com a mesma formação e habilitações e com os mesmos anos de serviço, dá em entidades privadas com quem o ministério da educação celebra contratos de associação e atribui equivalência e paralelismo pedagógico, 22 horas lectivas, auferindo exactamente o mesmo vencimento mensal. Estes, não têm qualquer redução de horário.
Podiam argumentar-me com o desgaste inerente à profissão tentando justificar as reduções de horários, mas não são os dois docentes? Não dão os mesmos programas e matérias durante o mesmo número de anos? Não se desgastaram os dois? Ou foi só o funcionário público que se desgastou?
Fazer greve, porque o ministério tem a intenção de os obrigar a ficar nas escolas durante as horas semanais que lhes são pagas é no mínimo patético. Senhores professores, haja, pelo menos, respeito pelo resto dos trabalhadores!
Estas associações sindicais, que lutam e se revoltam pela perda de privilégios que mais ninguém tem e que muitos nem sabiam que outros tinham, além de vulgarizarem o direito á greve, cada vez nos convencem, mais e melhor, que Governo faz muito bem em se estar nas tintas para todos eles.
Dir-me-ão que um docente não trabalha só na sala de aula, há a questão da preparação das aulas, das avaliações do estudo e actualização dos conhecimentos entre outras, sendo esses tempos razão mais que suficiente para o preenchimento de um horário laboral dito “normal”. Percebo e aceito, conheço inúmeros casos, entre família e amigos que me levam a aceitar essa argumentação.
Imaginemos agora um contabilista, um engenheiro, um operário, um economista, uma secretária dizer á sua entidade patronal que passaria apenas a trabalhar metade do tempo, a outra metade serviria para se preparar para o trabalho; impensável.
O que uns têm como garantias adquiridas, outros, por ridículo da situação, não sonham sequer, vir algum dia a ter.
No ensino público, um docente em função dos anos de serviço, vai tendo reduções de horário; no final da carreira não dará mais de 12 a 14 horas semanais de aulas. Um docente, com a mesma formação e habilitações e com os mesmos anos de serviço, dá em entidades privadas com quem o ministério da educação celebra contratos de associação e atribui equivalência e paralelismo pedagógico, 22 horas lectivas, auferindo exactamente o mesmo vencimento mensal. Estes, não têm qualquer redução de horário.
Podiam argumentar-me com o desgaste inerente à profissão tentando justificar as reduções de horários, mas não são os dois docentes? Não dão os mesmos programas e matérias durante o mesmo número de anos? Não se desgastaram os dois? Ou foi só o funcionário público que se desgastou?
Fazer greve, porque o ministério tem a intenção de os obrigar a ficar nas escolas durante as horas semanais que lhes são pagas é no mínimo patético. Senhores professores, haja, pelo menos, respeito pelo resto dos trabalhadores!
Estas associações sindicais, que lutam e se revoltam pela perda de privilégios que mais ninguém tem e que muitos nem sabiam que outros tinham, além de vulgarizarem o direito á greve, cada vez nos convencem, mais e melhor, que Governo faz muito bem em se estar nas tintas para todos eles.
Sondagens
As mais recentes sondagens indicam uma clara derrota eleitoral, quer para o Ministério Público, quer para os Tribunais.
A verificar-se tal cenário, estou curioso pelas declarações na noite das eleições.
quinta-feira, outubro 06, 2005
Relação perfeita...
Tinhamos uma relação perfeita até que eu, passados dois anos, fiz-lhe a pergunta fatal...
"Susaninha, qual é o teu segundo nome?"
"Susaninha, qual é o teu segundo nome?"
Competitividade II
- Ò Silva, chegue aqui, temos de falar…
- Sim, chefe..
- Ò Silva feche ali a porta se faz favor.
- Pronto chefe, diga lá...
- Ó Silva, o meu filho diz que lá na escola não se fala noutra coisa, nessa coisa da... Internet; diz que toda a gente tem...
- Pois é chefe, eu também já ouvi qualquer coisa, acho que lá fora só se fala nisso…
- Pois é Silva, temos de arranjar quem nos compre Internet aqui para a empresa…
- Ò chefe, porque é que o chefe não fala com aquele seu primo que andou a estudar para engenheiro… ouvi dizer que ele tem um gabinete ali para os lados de Santarém…
- É isso mesmo, Silva! O que nós precisamos aqui, é de Consultores!
- Sim, chefe..
- Ò Silva feche ali a porta se faz favor.
- Pronto chefe, diga lá...
- Ó Silva, o meu filho diz que lá na escola não se fala noutra coisa, nessa coisa da... Internet; diz que toda a gente tem...
- Pois é chefe, eu também já ouvi qualquer coisa, acho que lá fora só se fala nisso…
- Pois é Silva, temos de arranjar quem nos compre Internet aqui para a empresa…
- Ò chefe, porque é que o chefe não fala com aquele seu primo que andou a estudar para engenheiro… ouvi dizer que ele tem um gabinete ali para os lados de Santarém…
- É isso mesmo, Silva! O que nós precisamos aqui, é de Consultores!
Uma PME igual a tantas outras...
A PME portuguesa normalmente não tem um ERP, tem um programa de facturação, na PME não existe CRM, o que existe são telefonemas ou “o cliente passou por cá”, na PME portuguesa não existe um sistema integrado de informação, apenas há coisas que estão num lado e depois também aparecem no outro. Numa PME não se pratica o benchmarking, temos de fazer, ter ou comprar porque fulano também já fez, tem ou comprou. Numa PME não existe um planeamento de marketing, o que existe é mais propaganda ou menos propaganda, conforme haja mais ou menos dinheiro no banco.
E se os técnicos do Ministério da Economia não fossem tão ignorantes e funcionalmente tão analfabetos como os donos, gerentes e administradores dessas PME’s talvez não lhes aprovassem os projectos que apresentam aos quadros comunitários de apoio nem os distinguissem com galardões de excelência.
Muito pior do que as empresas que fecham, são as empresas que não fecham; as primeiras criam, temporariamente, desemprego, as segundas arrastam penosamente o país para a falência.
E se os técnicos do Ministério da Economia não fossem tão ignorantes e funcionalmente tão analfabetos como os donos, gerentes e administradores dessas PME’s talvez não lhes aprovassem os projectos que apresentam aos quadros comunitários de apoio nem os distinguissem com galardões de excelência.
Muito pior do que as empresas que fecham, são as empresas que não fecham; as primeiras criam, temporariamente, desemprego, as segundas arrastam penosamente o país para a falência.
terça-feira, outubro 04, 2005
Más ideias
Lá longe, no Brasil, resolveram repetir onze jogos do campeonato por “suspeitas” de corrupção. Lá, também deve haver o princípio de que todos são inocentes até as sentenças transitarem em julgado, acho eu…
Ora, eu penso que isto é muito má ideia; especialmente se fizer jurisprudência ou exercer algum efeito pedagógico. Com o deslumbramento que esta gente tem por cá, acerca do que se passa lá fora, (todos temos um bocadinho de Carrilho dentro de nós), com os “Apitos Dourados” e com as avestruzes jurídicas que por aí proliferam, ainda vão arranjar maneira, com as suas enormes cabeçorras enfiadas na areia, de desenterrarem uma forma de tirar o campeonato ao Belenenses!
There is hope
Depois de dez anos de envolvimento, um dos criadores de “Dark side of the moon” e “The wall” volta com um surpreendente trabalho de música clássica. Do original “Ça Ira” para a renovada tradução para inglês “There is hope”, um registo sobre a Revolução Francesa que “tenhamos esperança” possa vir também a ser apresentada nesta grande autarquia europeia, que é Portugal.
segunda-feira, outubro 03, 2005
Ausência
Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Há sempre em mim uma estranha sensação quando sinto o avião pousar, mesmo que me tenha ausentado apenas por dois ou três dias, como foi o caso. Estou de volta e faço o desembarque com a certeza que é aqui que eu pertenço e em mais lugar nenhum.
Mas maior que a grandeza do regresso é a pequenez da constatação que sem mim este país nada mudou nestes últimos três dias, sentir que provavelmente, em tão pouco tempo, já se habituaram a viver sem mim; não fui cumprimentado no aeroporto, ninguém me reconheceu, passei despercebido no desembarque e não fosse o taxista, nem “boa noite” me tinham dito. Imaginei o que seria se não tivesse voltado, seria grave? Estariam as pessoas prontas para passar o que passaram antes de eu ter nascido?
Recebi uma mensagem do operador de telemóvel a dar-me as “boas vindas”… alguém os deve ter avisado da minha ausência, ainda bem que se lembraram; vou continuar com eles, pelo menos mais um ano, mesmo que os outros baixem os preços...
Durante os 30 minutos de táxi ordenei algumas ideias que tinha desordenado nas duas horas de avião e nos 20 minutos de desembarque, fez-me bem… gosto de ter as ideias no lugar.
Enviei duas mensagens que não pediam resposta, como aliás faço quase sempre e ninguém me respondeu, mas eu sabia que eles agora sabiam que eu estava de volta e isso bastava.
Enviei uma terceira mensagem que pedia resposta e fui respondido, mas como não me agradou a resposta, não respondi e desliguei logo o telemóvel porque não queria ser mais incomodado.
Agora, chegado a casa e sem a mínima hipótese de voltar a ser importunado, havia que terminar o relatório que tinha começado a fazer no avião e que não tinha acabado para poder para desordenar algumas ideias; não demorou muito a terminar porque entretanto, no táxi, tinha voltado a ordenar as ideias, fui ao mail, nada de novo, fui aos blogues mas não fiquei por muito tempo; propositadamente, ninguém tinha falado na minha ausência, liguei a televisão e vi que ainda funcionava, desliguei-a portanto; voltei ao computador, escrevi este post e preparei-me para terminar a noite pensando como fazer no dia seguinte, para que se recuperasse desta minha ausência de três dias.
Mas maior que a grandeza do regresso é a pequenez da constatação que sem mim este país nada mudou nestes últimos três dias, sentir que provavelmente, em tão pouco tempo, já se habituaram a viver sem mim; não fui cumprimentado no aeroporto, ninguém me reconheceu, passei despercebido no desembarque e não fosse o taxista, nem “boa noite” me tinham dito. Imaginei o que seria se não tivesse voltado, seria grave? Estariam as pessoas prontas para passar o que passaram antes de eu ter nascido?
Recebi uma mensagem do operador de telemóvel a dar-me as “boas vindas”… alguém os deve ter avisado da minha ausência, ainda bem que se lembraram; vou continuar com eles, pelo menos mais um ano, mesmo que os outros baixem os preços...
Durante os 30 minutos de táxi ordenei algumas ideias que tinha desordenado nas duas horas de avião e nos 20 minutos de desembarque, fez-me bem… gosto de ter as ideias no lugar.
Enviei duas mensagens que não pediam resposta, como aliás faço quase sempre e ninguém me respondeu, mas eu sabia que eles agora sabiam que eu estava de volta e isso bastava.
Enviei uma terceira mensagem que pedia resposta e fui respondido, mas como não me agradou a resposta, não respondi e desliguei logo o telemóvel porque não queria ser mais incomodado.
Agora, chegado a casa e sem a mínima hipótese de voltar a ser importunado, havia que terminar o relatório que tinha começado a fazer no avião e que não tinha acabado para poder para desordenar algumas ideias; não demorou muito a terminar porque entretanto, no táxi, tinha voltado a ordenar as ideias, fui ao mail, nada de novo, fui aos blogues mas não fiquei por muito tempo; propositadamente, ninguém tinha falado na minha ausência, liguei a televisão e vi que ainda funcionava, desliguei-a portanto; voltei ao computador, escrevi este post e preparei-me para terminar a noite pensando como fazer no dia seguinte, para que se recuperasse desta minha ausência de três dias.
quinta-feira, setembro 29, 2005
Afinal, somos ricos!
Segundo o WEF - World Economic Forum, há duas coisas que nós não sabíamos e hoje passamos a saber: a primeira é que afinal somos ricos e a segunda é que, a julgar pela classificação obtida, também deve haver Olegários Benquerenças na Economia.
quarta-feira, setembro 28, 2005
O Peseiro Holandês
Mesmo entre aqueles que sabem que nenhuma equipa portuguesa jamais ganhou em Old Traford, mesmo entre aqueles que sabem que um Manchester desfalcado mas com Ronaldo, Gigs, Nistelrooy, Alan Smith, Ferdinand, Scholes continua a ser melhor que qualquer equipa portuguesa fica o amargo sabor e a triste sensação de que o Benfica podia ter feito muito mais e muito melhor.
A alma do Benfica não está no estádio, nos dirigentes, nos jogadores ou nos treinadores está nos benfiquistas; e esses não criticam o resultado nem a exibição de ontem, criticam a falta de ambição do Sr. Koeman. E para essa falta de ambição não há lugar na grandeza do Benfica.
A alma do Benfica não está no estádio, nos dirigentes, nos jogadores ou nos treinadores está nos benfiquistas; e esses não criticam o resultado nem a exibição de ontem, criticam a falta de ambição do Sr. Koeman. E para essa falta de ambição não há lugar na grandeza do Benfica.
terça-feira, setembro 27, 2005
Doutores, alguns muito pouco!
A Ordem dos Médicos quer alterações nas consultas do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Em concreto, os médicos querem um assistente durante algumas consultas. Tudo para evitar alegados casos de assédio sexual. A presença do assistente facilitaria também, defendem ainda os médicos, o próprio acto clínico.
Pertinente será a questão da avaliação da adequação do perfil profissional e pessoal dessa terceira pessoa á participação no acto médico; sabemos que médico não poderá ser, uma vez que se correrá o risco de ser tão tarado e perverso quanto o primeiro.
Num país onde se discute o excesso de funcionários públicos e se fecham escolas por falta de auxiliares, só me apetece dizer a estes senhores doutores, que desde há muito, vivem noutro país, que não Portugal, TENHAM JUIZO!
Pertinente será a questão da avaliação da adequação do perfil profissional e pessoal dessa terceira pessoa á participação no acto médico; sabemos que médico não poderá ser, uma vez que se correrá o risco de ser tão tarado e perverso quanto o primeiro.
Num país onde se discute o excesso de funcionários públicos e se fecham escolas por falta de auxiliares, só me apetece dizer a estes senhores doutores, que desde há muito, vivem noutro país, que não Portugal, TENHAM JUIZO!
Portugal, SA
Bruxelas não valida contas até Portugal esclarecer dados
Alguns governantes ficarão na história como os homens que educaram financeiramente as massas, puseram o país a girar em torno do défice, criaram a triste realidade de para tudo o que os governos anunciam, logo se dar o primado do comentário a quem saiba fazer muitas contas de multiplicar e poucas de dividir para avaliar da viabilidade das medidas. Que tudo tenha de ser avaliado e estudado, todos concordam; o que alguns discordam é da grelha e dos parâmetros de avaliação; Um Estado gerido pelo objectivo do lucro será um Estado que não educa, não forma, não redistribui riqueza, não trata na doença nem auxilia na reforma. Tirem daqui os 10 milhões, fechem as escolas, os hospitais e os tribunais e não haverá despesa alguma; como também não haverá receita, as partes equivaler-se-ão; teremos então um défice zero, umas contas equilibradas e onde quer que estejamos, poderemos dizer, orgulhosos e portugueses, que cumprimos a nossa parte.
Caminhamos doentiamente para um país governado por contabilistas; e, pelas noticias publicadas, muito maus contabilistas.
segunda-feira, setembro 26, 2005
A tarde de um reformado
-Olha lá, já vais jogar á bisca outra vez??
-Não querida, eu vou ali á farmácia aviar a receita que o médico te passou e depois vou só a São Bento ver que manifestações há hoje...não demoro nada.
Competitividade
-Ó Silva chegue aqui num instante…
-Diga lá chefe…
-Ó Silva, você ouviu ontem o ministro a falar na televisão?
-Ouvir, ouvir, não ouvi chefe, mas vou ver se ainda arranjo a cassete...
-Pois é Silva, eu também estou muito preocupado com aquilo da competitividade, sabe...
-Pois é chefe, isso é um grande problema, não se fala noutra coisa
-Nós aqui na empresa, também temos de tomar medidas. O que lhe parece isto Silva?
-Ó chefe, a mim parece-me bem!
-Então, Silva, telefone lá para casa e diga à minha mulher que telefone à irmã, ao cunhado e aos sobrinhos e que venham todos aqui, temos de fazer uma reunião do Conselho de Administração!
-Diga lá chefe…
-Ó Silva, você ouviu ontem o ministro a falar na televisão?
-Ouvir, ouvir, não ouvi chefe, mas vou ver se ainda arranjo a cassete...
-Pois é Silva, eu também estou muito preocupado com aquilo da competitividade, sabe...
-Pois é chefe, isso é um grande problema, não se fala noutra coisa
-Nós aqui na empresa, também temos de tomar medidas. O que lhe parece isto Silva?
-Ó chefe, a mim parece-me bem!
-Então, Silva, telefone lá para casa e diga à minha mulher que telefone à irmã, ao cunhado e aos sobrinhos e que venham todos aqui, temos de fazer uma reunião do Conselho de Administração!